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Esse tema me fez lembrar um dos primeiros cursos que fiz para desenvolvimento técnico e comportamental quando era recém formado em agronomia. Isso aconteceu no início da década de 80 quando eu tinha um ano de formado. 

Fiquei confinado com mais 50 ou 60 pessoas, não lembro ao certo, numa fazenda afastada alguns quilômetros de Cuririba, PR. O objetivo era se desenvolver técnica e comportamental, tendo como foco, diferentes técnicas e metodologias de comunicação aplicadas ao meio rural.

Era uma oportunidade para me desenvolver técnica e comportamental, para exercer melhor as atividades como extensionista rural. 

O lugar era simples, com camas distribuídas num espaço como uma espécie de alojamento, uma TV numa sala, uma mesa de pingpong, sinuca, jogos de cartas, dominó e outros jogos. Nosso foco era estudar e trocar experiências e conhecimentos uns com os outros. Não existia celular e nem mídias sociais. Por mais que nos esforçássemos, por vezes, o tédio tomava conta do ambiente. 

Para mim, muito jovem na época, era uma experiência incrivelmente válida. Poder conhecer novas pessoas, estabelecer network, aprender com as experiências dos mais velhos e absorver novas culturas e conhecimento.

Foi uma experiência incrível poder conviver por um período de 30 adias com diferentes pessoas que possuíam os mesmos objetivos. Todos os dias nós tínhamos uma rotina. Aulas de aperfeiçoamento técnico e comportamental, treinamentos, preparo de aulas práticas para serem ministradas para os colegas. 

Tudo era feito para nos aperfeiçoarmos e, assim, quando do nosso retorno para a nossa região de atuação, aplicarmos esses conhecimentos adquiridos e desenvolvidos.  

Com certeza esse foi o momento que me fez refletir pela primeira vez o quanto nascemos imperfeitos e a importância de nos desenvolvermos como pessoa e profissionais. Também, me fez refletir o quanto é complexo esse processo e como as pessoas reagem de maneira muito diferente aos programas de desenvolvimento.

Um outro aprendizado que trago comigo dessa época é o fato de que o conhecimento só é adquirido quando nos livramos das nossas defesas, aceitamos nossas limitações e aprendemos que está na colaboração e na troca de experiências o segredo da transformação e das mudanças. 

As pessoas precisam ter um ponto de partida, identificando as imperfeições, reconhecendo que as mesmas fazem parte da vida pessoal e profissional das pessoas, mas principalmente, acreditar que elas podem ser superadas. E que a transformação será tanto mais fácil quando há colaboração e maior aceitação.

Portanto, desde aquela época, eu aprendi que líderes não nascem prontos, mas podem ser formados, desde é claro, que se queira. 

As pessoas trazem um conjunto de características e competências fundamentais para exercerem algumas funções chaves nas empresas junto as equipes, mas necessitam desenvolverem outras. 

Isso acontece em razão da própria genética, criação, exposição durante a vida, formação e até mesmo pelo fato do próprio desenvolvimento da organização ao longo da jornada que exigirá durantes a trajetória de desenvolvimento, novas habilidade e competências. 

Durante esse curso e, posteriormente, quando iniciei minha carreira profissional, pude observar que a maior dificuldade para as pessoas é admitir as suas próprias imperfeições. Não aceitar as imperfeições, significa sofrer, fechar as portas para o aprendizado e, consequente transformação e superação. É impedir que se aproveite as oportunidades que surgirão. É ficar condenado a um aprisionamento emocional.

Muitas pessoas em razão desse aprisionamento emocional permanecem estagnadas, se sentem injustiçadas, por não estarem sendo convidadas e nem ocupando novos postos na empresa. Entretanto, o maior culpado para essa estagnação é a própria pessoa que não se permite ousar e se desenvolver, adquirindo novas competências e se ajustar a um novo cenário e realidade. 

Quando você não se adapta a esse cenário, pode se frustrar e se desmotivar. Com o tempo, esse quadro pode chegar a pedidos de demissão ou afastamento pela baixa performance.  

Entre as causas para não aceitação das limitações está no fato da falta de maturidade emocional e humildade. As pessoas interpretam equivocadamente que limitação é sinônimo de fraqueza, o que é um erro. 

Porém, há pessoas que não aceitam simplesmente e não concordam. Há situações que há concordância, porém, não admitem ser algo tão relevante assim para o desempenho da função ou cargo. Para nós gestores, imperfeição, significa, tão somente necessidade de melhoria. 

Para aquelas pessoas que possuem mentalidade fixa, e, portanto, acreditam que nasceram com algumas habilidades e estas são inalteradas ao longo da vida, as imperfeições são um problema. 

Pessoas com estas características ficam presas dentro de si mesmas e condenadas a um estado de inércia e paralisia. 

Por outro lado, as pessoas com a mentalidade de crescimento, que acreditam que podem se desenvolver e aprender constantemente, as limitações são consideradas como uma espécie de combustível que alimentam a alma e motivam o processo de transformação.  

Os programas de desenvolvimento têm como ponto de partida o diagnóstico das limitações das pessoas e das equipes, bem como identificar a mentalidade das mesmas. Com base nesse diagnóstico, liderança e empresa juntos, traçam um adequado programa de desenvolvimento.

É preciso entender que desenvolver limitações é um processo de melhoria constante. É um passo a passo, tijolo por tijolo que aos poucos vai construindo uma nova pessoa. É um processo de transformação e superação. Ninguém dorme com uma determinada imperfeição e acorda perfeito no outro dia. A pessoa e a liderança precisam entender este aspecto, para que a ansiedade seja controlada e que grandes resultados de curto prazo não sejam esperados e cobrados com tanto rigor.

Os resultados surgem aos poucos, paulatinamente, fruto de um processo resultante de uma combinação de metodologia, esforço e perseverança.  Há necessidade de muita dedicação e saber lidar com os altos e baixos que o processo apresenta. Os progressos não seguem um padrão e podem não se apresentar de maneira constante. É comum nos momentos de alta energia, a pessoa apresentar um elevado nível de aprendizado e execução. Mas o inverso é verdadeiro. Portanto, os resultados dependem de pessoa para pessoa.

As imperfeições podem se apresentar tanto pelos aspectos técnicos como comportamentais. A prática tem demonstrado que os aspectos técnicos são mais fáceis de serem identificados e solucionados. Isso talvez porque os mesmos se apresentam de firma mais clara e objetiva. Os aspectos comportamentais mais complexos e, portanto, são mais demorados para serem superados.

A maior complexidade das limitações comportamentais, entre algumas causas, está no fato de que normalmente, elas se mostram combinadas umas com as outras. É muito difícil uma pessoa ter uma limitação comportamental que não esteja correlacionada com mais de uma causa.

Uma pessoa pode apresentar falta de organização, mas com certeza há relação com falta de planejamento, administração de rotinas, gestão de produtividade, resistência a processos de mudanças, entre outras. 

E isso torna as questões comportamentais complexas sobre o ponto de vista de atacar e desenvolver. Há necessidade de que a pessoa entenda o que está acontecendo, para diante disso, promover o processo de desenvolvimento. Diante disso, as empresas investem em programas de desenvolvimento combinados com mentorias, promovendo um processo de mudança passo a passo e customizado. 

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