Eu ainda me lembro perfeitamente bem quando tive o meu primeiro contato com os estudos da personalidade e do comportamento humano.
Eu, engenheiro agrônomo, adicionando a minha vida profissional outros conhecimentos, principalmente aqueles ligados ao comportamento humano e iniciei a leitura sobre à personalidade humana.
Ao mesmo tempo que me sentia totalmente despreparado para absorver certos conceitos e definições, quanto mais eu me aprofundava, lendo e procurando entender, aquilo me envolvia de tal forma que eu queria mais e mais.
Isso porque a cada frase e parágrafo, eu reconhecia verdades do meu dia a dia e que eu só estava iniciando a compreensão a partir daquele momento. Esse fato marcou a minha vida profissional e após muitos anos eu revivi quando comecei a ler novamente e a escrever este post.
Os estudos sobre comportamento humano e a personalidade por incrível que pareça não são tão antigos assim. São recentes e foram Jung e Freud os precursores das discussões e criação de teorias sobre os diferentes tipos de PERSONALIDADE.
Jung, mais recentemente, ao redor de 1900, portanto, pouco mais que 100 anos, o que para a ciência é muito pouco, dizia que o COMPORTAMENTO HUMANO não era aleatório, podia ser medido, previsto e classificado por meio dos tipos de personalidade. Parecia algo distante e improvável, mas não era.
Na década de 50, recente, portanto, muito recentemente, Katherine Briggs Myers e sua filha Isabel Briggs Myers criaram o indicador Myers Briggs dos Tipos de Personalidade.
De acordo com o Indicador Myers Briggs que definem os tipos de personalidade, a classificação do seu tipo de personalidade se dá pela combinação de 4 critérios, que são opostos e excludentes. São eles: INTROVERTIDAS ou EXTROVERTIDAS. SENSORIAIS ou INTUITIVOS. PENSADORES ou SENTIMENTAIS e JULGADORES ou PERCEPTIVOS.
Quando falamos que são opostos e excludentes, nós estamos falando que uma pessoa não pode ter ao mesmo tempo uma personalidade introvertida e extrovertida ou sensorial e intuitiva ou pensadora e sentimental ou julgadora e perceptiva. A pessoa é uma coisa ou outra.
No segmento do agronegócio, como em outros segmentos, onde os relacionamentos sustentáveis estão cada mais importantes, porém complexos e fazendo parte da vida profissional das pessoas, entender e identificar a personalidades das pessoas que compõem as equipes e como elas interferem nas relações profissionais, torna-se uma importante competência a ser adquirida pelas lideranças.
Líderes precisam desenvolver a capacidade não só de identificar as diferentes personalidades dentro dos membros de suas equipes, mas, principalmente, saber se relacionar com essas diferenças.
Durante os processos de mentorias e treinamentos que realizo esse tema é abordado com uma certa profundidade e faz muito sucesso entre as pessoas. Isso porque, quando explico cada uma das personalidades e cito alguns exemplos, as pessoas navegam e vão identificando estas pessoa dentro do seu círculo de pessoas.
O entendimento da própria personalidade como as das outras pessoas com as quais alguém se relaciona com certa frequência e intensidade, ajuda no processo de empatia. Isso porque, a partir deste conhecimento, a pessoa passa a entender melhor a maneira com a qual a outra pessoa pensa por meio dos olhos desta pessoa. É entender a outra pessoa com os olhos dela.
Compreender alguém, principalmente, porque está pessoa absorve, julga e age de uma determinada forma, ajuda no gerenciamento, a fornecer Feedback e a encontrar maneiras de se relacionar e administrar melhor o estresse.
Talvez esta seja uma das maiores dificuldades das pessoas que possuem cargo de liderança. É tarefa difícil, conhecer como as pessoas se sentem ou se comportam conforme os estímulos do ambiente, como observam e absorvem as informações, como julgam e tomam as decisões e o quanto necessitam pensar para agir, definem claramente os grupos de personalidade em que as pessoas se enquadram.
Pessoas introvertidas não se sentem bem em ambientes estimulantes, pois são fechadas, não gostam de se expor, e ambientes estimulantes vão contra os princípios das pessoas com esse tipo de personalidade. Ao contrário, as pessoas com a personalidade extrovertida, por serem sociáveis, preferem ambientes estimulantes, porque são pessoas que vivem da exposição e dos relacionamentos. Quando entendemos e identificamos estas características dentro dos membros das equipes, nós conseguimos extrair o máximo potencial das pessoas, porque iremos respeitar o ambiente como eles se sentem melhor e mais produtivos.
Os sensoriais são materialistas, detalhistas e tomam decisões com base numa realidade, por isso, acreditam naquilo que podem ver, medir e avaliar. Tendem a ser mais metódicos e sistemáticos, porém são mais assertivos, porque seguem uma lógica e uma realidade. Os intuitivos observam, absorvem e decidem com base na sua intuição, experiência e faro. São mais emocionais, superficiais e podem errar por serem levados pelas emoções e pela pouca profundidade nas análises.
Os pensadores julgam as pessoas por meio de uma lógica, por isso são justos, muitas vezes até exageradamente, porque são isentos de qualquer forma de emoção. São muitas vezes consideradas pessoas duras pela pouca ou nenhuma carga emocional envolvida. São aquelas pessoas dotadas de um profissionalismo sem limites. Já os sentimentais são emocionais e decidem pelo momento e, por este motivo, apresentam elevado grau de impulsividade. Tendem a irem acumulando as coisas e, quando explodem, arrebentam de uma só vez.
E no último grupo se enquadram os julgadores e os perceptivos. No caso dos julgadores, eles só se sentem satisfeitos quando tomam uma decisão. Eles não sabem conviver com algo pendente. Toda demanda é considerada um problema, portanto, uma barreira que precisa ser retirada da frente. Já os perceptivos, ficam satisfeitos quando tem tempo para pensar, analisar e tomarem a decisão. Eles vão convivendo com os problemas, ganhando tempo para pensarem, analisarem e encontrarem uma solução que traga conforto. Pare eles a pressão é o maior inimigo.
Como se pode observar, nós poderemos ter uma variação bastante grande entre os membros de uma equipe quanto a personalidade e, isso, implica em fazer com que a liderança saiba identificar e assim, saiba trabalhar de forma diferente.
Imagina um perceptivo que precisa de tempo para pensar, numa atividade ou projeto urgente, que precisa de uma decisão rápida, como um lançamento de uma campanha de vendas para uma determinada região e linha de produtos e, ainda por cima ele tem sérios problemas com procrastinação. Será o caos com direito a críticas e a muita indignação.
Imagine um sensorial tendo que analisar aspectos extra – técnicos como aspectos comportamentais, para ajudar na tomada de uma decisão em relação a permanência ou não de uma pessoa num cargo ou função. É muito difícil para ele diante da sua personalidade lógica, justa, racional e materialista. Alguém precisa ir conversar, mostrar, e equilibrar as coisas.
São por esses e outros motivos que o conhecimento da personalidade de cada membro e da equipe como um todo, ajuda a liderança a conduzir determinadas situações, ponderando, amenizando e considerando determinados aspectos.
Se você quer entender um pouco mais sobre os diferentes tipos de personalidade e como eles influenciam no dia a dia das pessoas e das equipes, se inscreva no nosso canal, acesse o nosso site e blog. Lá eu irei mostrar um pouco mais sobre esse assunto.